Viva Rio Saúde
Funcionários
Micro empresa (até 19 funcionários)
O Viva Rio nasceu em 1993 num movimento pela contenção da violência e pela recuperação da cidade. Surgiu em momento propício, do fim da Guerra Fria, do desabrochar das democracias na América Latina e na Europa do Leste, do controle sobre a inflação brasileira, de afirmação da cidadania. Gravou no nome um estilo otimista, meio romântico radical, que busca soluções para os problemas, curte o morro e o asfalto, protesta sem atrapalhar o trânsito e faz de tudo para não perder o humor. Ainda hoje, vez por outra, vem a público com este jeito de fazer.
Foi concebido de modo quase casual, fruto de um encontro improvável entre lideranças dos vários cantos da cidade. Pessoas significativas da indústria e do comércio, da mídia e da publicidade, da cultura e dos esportes, das favelas e dos sindicatos de trabalhadores reuniram-se para encarar a crise do Rio. O convite veio pelo telefone na voz de Betinho, com o apoio dos donos de O Dia, Jornal do Brasil e Organizações Globo. Convite como este não se recusa, mas as pessoas fundadoras foram além. Perseveraram até criar o novo movimento.
Ainda que bem articulado na sociedade, o Viva Rio tomou uma direção peculiar, de certa forma inesperada. Definiu-se como organização sem fins lucrativos e optou pelo trabalho no interior das comunidades mais vulneráveis, aquelas que são expostas à pobreza, aos poderes paralelos e à violência armada. Foi assim já nos primeiros projetos, como a Casa da Paz em Vigário Geral, a Fábrica de Esperança em Acari, o Balcão de Direitos na Rocinha e na Maré, todos de 1994. Forjou uma estratégia duradoura: falar à sociedade global através da grande mídia, mas com os pés plantados nos territórios e as mãos ativas em situações de risco.
A escala e a velocidade do crescimento transformaram o Viva Rio. Conserva os valores originais, preserva o estilo e o público alvo. O espírito está lá, firme, forte e brincalhão, mas o corpo já não é o mesmo, ganhou musculatura. Não é mais um movimento e, a rigor, já não lhe cabe a qualificação de uma ONG. O pessoal engajado e a logística implicada são de grande porte, impensáveis há vinte anos. O Viva Rio é melhor pensado hoje como uma empresa social, sempre sem fins lucrativos, mas com as obrigações de eficácia, eficiência e transparência que são exigidas das empresas líderes no mercado.